é incrível como consigo me sentir mais solitária quando estou rodeada de pessoas.
li um artigo que explicava tipos de solidão e isso mudou muita coisa dentro de mim, descobri que eu experimento todo tipo de solidão. a solidão de estar sozinha, a solidão intelectual que é minha principal inimiga, a solidão do sentir, solidão de experiência, solidão de pertencer e todas as outras.
a solidão intelectual é basicamente a solidão de gostar de um assunto e de determinadas coisas que seus amigos e familiares não se interessam. a solidão de experiências é passar por algo que outras pessoas não estão passando, como por exemplo viajar pra outro país, se tornar mãe. isso interfere também na questão de solidão intelectual, seus interesses e seu intelecto mudam a partir de novas experiências. temos a solidão de pertencer, geralmente ligada a precisar de uma comunidade, acontece muito em pessoas que se encontram em religiões por exemplo, compartilhar com uma comunidade a mesma fé, o mesmo interesse e as mesmas experiências.
a solidão de sentir, no meu livro favorito a gente mira no amor e acerta na solidão da ana suy, ela fala sobre a jornada do amor acabar sempre em solidão, porque seu sentir é exclusivamente seu, mesmo compartilhado ao outro é você que o sente portanto solitário, mesmo tentando demonstrar incansavelmente não conseguimos mostrar ao outro exatamente como nos sentimos e muito menos conseguimos fazer com ele sinta completamente.
o tópico de solidão me ronda de formas enlouquecedoras, as vezes eu tenho a sensação que estou sempre abraçando a solidão.
precisei de um podcast de 19 minutos falando sem parar sobre isso para tentar entender um pouco, se quiserem ouvir tem no spotify “diário de uma tagarela- ep : tal qual uma jovem solitária” depois de ler, fazer um podcast, ainda assim essa pauta me assombra, talvez por isso eu ainda esteja escrevendo.
mas entender diferentes tipos de solidão me fez compreendida, sempre me senti mais sozinha quando estava rodeada de pessoas, e entendi que era porque eu não estava vivenciando as mesmas experiências que elas, não gostava de estar onde estava, gostava da companhia delas, e me via solitária. isso foi um divisor de águas para minha vida, antes eu culpava apenas as pessoas, às vezes era apenas as experiências que estávamos compartilhando. tipo quando eu ia em festas com bebidas, eu odiava, eu ia para estar com meus amigos e então me sentia sozinha, mas quando estávamos juntos assistindo a filmes ou só conversando eu não sentia essa solidão, então perceber de onde vem sua solidão faz você abraçar ela de um jeito novo.
a jornada do autoconhecimento é dolorosa mas vale a pena, é uma verdade ensurdecedora, se eu não aceitasse minha solidão e me conhecesse, não me permitiria curar de nada, não me entenderia como solitária e não sozinha.
é importante saber a diferença de solitária e sozinha, estar solitária é um estado emocional e sozinha é um estado físico, e nem sempre as duas coisas andam juntas.
ler sobre solidão e amor me faz ser eu, por isso estou sempre abraçada com a solidão, porém agora de um jeito diferente.
link do artigo sobre solidão: How is it possible to be loved and yet to feel deeply lonely? | Aeon Essays
link do meu podcast: https://open.spotify.com/episode/1Vh2y8kzChSpUeMrpimlF3?si=de5trnQyQFe5Nq1g6iLaMQ
me senti acolhida com seu texto, sempre me senti sozinha mesmo rodeada de amigos, pq nunca estávamos vivendo as mesmas experiências. Eu sou uma pessoa totalmente caseira que não curtia nada do que eles curtem, muita das conversas eram sobre festas, bebidas, relacionamento, e no meio disso tudo estava eu que gosto de estar sempre em casa lendo um livro, ouvindo uma música ou assistindo um filme
Entendo totalmente tudo isso! Sou uma pessoa que faz amizades muito rápido, mas ao mesmo tempo sinto que ninguém me conhece verdadeiramente ao ponto de me entender, nao sinto liberdade de falar como me sinto verdadeiramente com pessoas que eu convivo diariamente e as vezes me sinto tao, mas tão solitária que prefiro ficar reclusa de tudo de qualquer jeito. Enfim, amo a sua escrita, e te amo mais do que tudo!